O século XIX nasceu sob o signo de duas revoluções, que, por suas consequências, talvez sejam as mais importantes da História: a REVOLUÇÃO FRANCESA e a REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, que representaram, respectivamente, a luta pela erradicação dos privilégios e a alteração por completo das relações do homem com a natureza e dos homens entre si.

A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, iniciada na Grã-Bretanha na década de 1780, destaca-se como um processo histórico que se insere na chamada “dupla revolução”. Juntamente com as revoluções burguesas, das quais a Revolução Francesa de 1789 teria sido um “modelo clássico”, foi responsável pela expropriação definitiva dos trabalhadores de meios próprios de subsistência e, nesse sentido, consolidou a produção plenamente capitalista, enfim, livre de quaisquer entraves.

No entanto, embora tal processo histórico tenha sido dinâmico, veloz, irreversível – e alterado radicalmente todas as instâncias da vida humana – sua gênese deve ser buscada nas formações econômicas pré-capitalistas que se desenvolveram a partir do final da Idade Média, assim como nos “processos idílicos” de acumulação primitiva de capital, na irônica expressão utilizada por Karl Marx.

Nas 6 aulas que compõem o curso, desenvolveu-se uma reflexão crítica sobre o tema, sua gênese e seus desdobramentos, fundamentada em referenciais teóricos e em ampla historiografia, abrindo-se espaço, ainda, para uma análise da expansão capitalista ocorrida em fins do século XIX e que redundou na “Era dos Impérios” (1875 – 1914). Neste contexto, foram destacados dois “estudos de caso”, que priorizaram as especificidades da industrialização nos Estados Unidos e na Rússia Czarista.

Por fim, o curso também procurou resgatar as resistências construídas pelo “mundo do trabalho”, que se cristalizaram no “Ludismo”, no “Cartismo”, no “Trade-Unionismo” e no Sindicalismo, com destaque para a análise das ideologias que animaram o sonho do proletariado na busca por uma alternativa à ordem capitalista.